sábado, 11 de abril de 2009

Campanhas de solidariedade

Em resposta à acusação da campanha "Banco Alimentar Animal" por parte do "Banco Alimentar contra a Fome", que pode ser vista no Portugal Diário, diria que tinha ficado estupefacta ao ler a notícia, se não vivesse no mundo em que vivo e se não fizesse parte de uma espécie que cada vez mais me desilude.
São impressionantes os argumentos utilizados pelo Banco Alimentar contra a Fome, demonstrando a desconsideração e o desrespeito para com os animais. E pelo que me apercebo, também pelas diferenças de imagem publicitária, é pouco provável que qualquer português se engane no endereço quando a palavra "animal" parece tirar qualquer dúvida.
Depois as questões de concorrência ... parece-me absurdo que se pense em competição entre instituições de solidariedade e muito menos em recolha de alimentos distintos.
Mas mais grave ainda: como poderá algum ser humano que se preze ficar ofendido com uma possível confusão com outro acto de solidariedade para com seres que têm o mesmo direito à vida (quer as pessoas pensem ser superiores a estes ou não....não entrarei por aqui)?
Existe espaço para ambas as instituições e, se houvesse preocupação com os animais por parte o Banco Alimentar contra a Fome, até lhe ficaria bem associar-se a este gesto verdadeiramente solidário.
Uma das primeiras medidas que me dá vontade de tomar, ainda que os prejudicados sejam sempre os mais carenciados, é deixar de contribuir nas acções desta instituição, não deixando, dentro das minhas possibilidades, de participar em outras iniciativas, realmente solidárias.

Não se deveria tratar de campanha, mas sim de vidas (quem restringe este termo ao ser humano, aculture-se e consulte o diccionário).

2 comentários:

Isabel Alves Teixeira disse...

Comentário saudável,sem dúvida! Concordo. Quem não preza os animais (ditos irracionais, como se todos os racionais o fossem!!!) desconhece o sentido da palavra "respeito". E mais não digo, para não ferir susceptibilidades...

O Último Padrinho disse...

Só percebi do que falavas depois de ler a notícia (ainda bem que tinhas um link). É realmente triste o que se passou aqui, parece que o dito BACF está quase a ameaçar com um pedido de indemnização por violação de direitos autorais... Sabes como são as coisas: quando uma instituição alimenta os bolsos de alguns (talvez mais do que as bocas de quem precisa) a caridade adquire uma definição com proporções um tanto diferentes... Por outro lado (e tentando não tomar parte de nenhum dos lados) também entendo de certa forma o BACF... Se um grupo de pessoas tanto batalhou para conseguir inaltecer uma instituição (porque o sucesso desta depende, a maior parte das vezes, do seu nome e prestígio) é injusto aparecer uma nova instituição que aproveite (ou tire algum partido) do sucesso da anterior, possivelmente doações que sejam destinadas à primeira e não à última. O que me faz ficar mesmo triste é pensar que as instituições de solidariedade, 'caridade' e/ou sensibilização andam distraídas com pormenores muito para além do seu apanágio.. as suas forças deveriam estar focalizadas para algo que fosse suficientemente importante e lhes desse preocupação suficiente que não os problemas legislativos... Acho que o bom exemplo da Madre Teresa de Calcutá está muito esquecido.
Em jeito de conclusão, sr.s do BACF, fiquem sabendo que (e para não sair muito da comparação) existem diversas instituições cujo nome começa por Banco Português..., etc. Tal como clubes de futebol começados por Sport Clube... ou Futebol Clube... etc., etc.. Ganhem mas é juízo!