Campanhas de solidariedade

Em resposta à acusação da campanha "Banco Alimentar Animal" por parte do "Banco Alimentar contra a Fome", que pode ser vista no Portugal Diário, diria que tinha ficado estupefacta ao ler a notícia, se não vivesse no mundo em que vivo e se não fizesse parte de uma espécie que cada vez mais me desilude.
São impressionantes os argumentos utilizados pelo Banco Alimentar contra a Fome, demonstrando a desconsideração e o desrespeito para com os animais. E pelo que me apercebo, também pelas diferenças de imagem publicitária, é pouco provável que qualquer português se engane no endereço quando a palavra "animal" parece tirar qualquer dúvida.
Depois as questões de concorrência ... parece-me absurdo que se pense em competição entre instituições de solidariedade e muito menos em recolha de alimentos distintos.
Mas mais grave ainda: como poderá algum ser humano que se preze ficar ofendido com uma possível confusão com outro acto de solidariedade para com seres que têm o mesmo direito à vida (quer as pessoas pensem ser superiores a estes ou não....não entrarei por aqui)?
Existe espaço para ambas as instituições e, se houvesse preocupação com os animais por parte o Banco Alimentar contra a Fome, até lhe ficaria bem associar-se a este gesto verdadeiramente solidário.
Uma das primeiras medidas que me dá vontade de tomar, ainda que os prejudicados sejam sempre os mais carenciados, é deixar de contribuir nas acções desta instituição, não deixando, dentro das minhas possibilidades, de participar em outras iniciativas, realmente solidárias.

Não se deveria tratar de campanha, mas sim de vidas (quem restringe este termo ao ser humano, aculture-se e consulte o diccionário).

MUTO

Uma animação feita nas paredes de Buenos Aires e Baden, pelas mãos do artista italiano BLU. É ver para querer, trabalho de outra dimensão. Impressionante.


MUTO a wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.

"MUTO, an ambiguous animation painted on public walls."
Animation and editing by BLU
music by Andrea Martignoni
produced by Mercurio Film
assistant: Sibe

História de Portugal

É impossível ficar indiferente a este resumo resumido, de 7 minutos e 17 segundos, da História de Portugal.



"(...) O século XIX foi de conturbada agitação política, em que se experimentaram muitas e diferentes formas de governos e constituições. Mas foi também um século de um grande surto de talentos nas artes, sobretudo na literatura. Foi o século do romantismo e de escritores como Almeida Garret, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, esse escritor dotado de uma sátira mordaz que nos deixou um retrato da sociedade da época que ainda hoje é tão actual."

Dazkarieh

Resultante de diferentes sensibilidades musicais, os Dazkarieh são um excelente exemplo da boa música portuguesa que ainda se vai fazendo. A celebrar 10 anos de carreira, este grupo, que experimenta elementos musicais de diversas origens, lança amanhã o seu novo trabalho - Hemisférios (http://www.myspace.com/dazkarieh).
Aqui fica o novo video clip, onde o cavaquinho cai que nem...cerejas.

Megalomania

Depois de muita hesitação, decidi aceitar o convite e fui a Fátima ver com os meus olhos o destino de tanta peregrinação. Não me surpreendi ao deparar-me com o motivo de tal hesitação.
Não querendo ferir susceptibilidades de ninguém, e sendo eu católica não praticante, gostaria de perceber a religião na qual fui baptizada ... e por muito que tente, não consigo compreender o caminho que tem vindo a percorrer esta instituição que é a Igreja Católica.

Continuo a não perceber como uma instituição de tão elevados valores humanos, sobretudo a nível de solidariedade social, cobra pela fé.
Como funciona à base do elemento que deveria estar ausente, o dinheiro?
Ora, com o resultado de acções como a venda de velas, fazer o quê? Cobrir o santuário para abrigar os peregrinos e ajudar, com os restantes milhares, as pessoas que mais precisam de ajuda?
Não, nada disso. Foi melhor construir outra igreja com todos os detalhes possíveis e imaginários para homenagear Nossa Senhora de Fátima.
Será que a Virgem Maria gostaria de ver esta construção megalómana em detrimento da não ajuda de quem precisa? Grande percurso este! Estarei errada...vaidade não é um pecado mortal? Porque anda o Papa a nadar em ouro?

Já lá vão os tempos de pureza. Valores mais altos se levantaram, afundando a doutrina que apregoa a ajuda ao próximo, a humildade, a falta de luxúria, os olhares igualitários entre os praticantes e, acima de tudo, o respeito.

A vida a andar para trás...

João Negreiros, poeta e dramaturgo português.

Intenso.

Luto lento: A vida a andar para trás

Volta Gaudí

Image via Wikipedia

Aquando da arrumação dos meus livros, deparei-me com um exemplar oferecido pelo Miguel, a quem agradeço imenso, sobre a vida e obra de Antoni Gaudí. Não podia deixar de referenciar no Lightning Garden este fantástico artista que obteve a sua inspiração na observação da paisagem dos campos de Tarragona, embora que pelas piores razões. Gaudí sofria de artrite e desde pequeno não podia ser energético como as restantes crianças, passando assim as suas horas a obervar as pedras, as plantas, as flores, os insectos ... toda a Natureza.

Gaudí, destaca-se de arquitectos como Wagner, Hoffman ou Olbrich, historicamente importantes a nível da arte e da arquitectura, dada a sua capacidade de romper com a tradição e com a fidelidade aos estilos históricos, seguindo a sua vontade sem se preocupar em agradar a sociedade "eufórica" burguesa de 1900. A sua aventura pessoal, que lhe permitiu realizar as suas obras com independência e originalidade, percebendo a transição do mundo Europeu que a arquitectura deveria espelhar, fez dele uma das mentes mais ilustres da transição do século XIX para o século XX, tentando terminar com alguns romanticismos neomedievais. Contrapondo-se também ao habitual, as maquetes eram as soluções empíricas utilizadas por Gaudí como forma da realizar os cálculos matemáticos referentes a cargas ou ornamentos.
Uma das prova da origem natural da sua inspiração pode ser encontrada na "Sagrada Família", cujas colunas se ramificam como árvores.

Embora sem um fim digno do artista, são várias as obras de Gaudí que deliciam hoje todos os sentidos de quem as visita. Tenho pena de não ter tido tempo para visitar as restantes obras, mas as poucas que vi dão-me a certeza que este arquitecto contribuiu em muito para o que é hoje a grande e bela cidade de Barcelona.